Meu nome é Júlia Brito, tenho 20 anos e moro em Brasília. Nasci em um lar cristão e há 7 anos me tornei discípula de Jesus.
Em dias como o dia 12 de junho, é quase impossível não pensar em casamento. As redes sociais cheias de fotos, o comércio explorando o tema ao máximo… Como é lindo ver o que o Senhor faz através do casamento. Devemos honrar e defender isso. Mas, ao mesmo tempo, sei que nem sempre nos sentimos bem em dias assim. Milhões de perguntas nos vêm à mente, inseguranças e nossos mais íntimos anseios vêm à tona. Gostaria de compartilhar um pouco do que o Senhor tem me revelado sobre esse assunto, em toda a minha pequenez e inexperiência.
Uma das mulheres que mais admiro na fé foi Elisabeth Elliot, uma mulher que aprendeu em meio ao sofrimento. Ela e seu marido Jim Elliot foram enviados como missionários para o Equador. Em 1956, ele e mais 3 missionários sentem do Senhor que devem tentar anunciar as boas novas para uma tribo que era conhecida como hostil, eles foram e acabaram sendo assassinados. Ela ficou viúva com uma filha de 11 meses, mas decidiu continuar no país e mais tarde teve a oportunidade de pregar para aqueles que haviam matado seu marido. Ela casou mais uma vez e, novamente, ficou viúva. E, por fim, casa uma terceira vez. Além disso, passou 40 anos solteira. Ela escreveu diversos livros e faleceu em 2015. Acredito que ouvir o que ela tem a dizer sobre espera e solteirice é uma escolha sábia.
Pois bem, certa vez ela escreveu: “Eu sei que esperar em Deus requer a disposição de suportar a incerteza, de carregar dentro de si mesmo a pergunta sem resposta, levando o coração a Deus sempre que a pergunta invadir os pensamentos. É fácil se convencer de uma decisão que não tem permanência – mais fácil, por vezes, do que esperar pacientemente.” E como é difícil suportar essa incerteza. Afinal, a realidade continua a mesma: eu não sei se é a vontade do Senhor para a minha vida o casamento. Pode ser que seja. E pode ser que não seja.
A verdade é que se passarmos muito tempo pensando nisso, perderemos a única coisa que realmente temos: o presente. Independente da fase que estivermos vivendo, o excesso de futuro tem como consequência a ansiedade. E, como disse Jesus:
Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? Mateus 6:27
Precisamos nos lembrar que a forma como interpretamos a realidade é limitada, mas a dEle não. Ele sabe exatamente do que precisamos. Que deixemos Ele escrever a nossa história.
Muitas vezes podemos ficar ansiosas em nos prepararmos para o casamento. Outras vezes, ficamos incertas sobre se um dia iremos nos casar. Em meio a tudo isso, o Senhor me revelou uma coisa: eu já tenho um Noivo e um dia irei me casar. Somos a Igreja e Cristo é o nosso noivo. E o que o Senhor me levou a refletir é: anseio tanto a chegada desse noivo, quanto anseio por a daquEle? Tenho verdadeiramente me preparado para esse encontro? Ou tenho gastado muito tempo pensando nas diversas implicações da vida terrena? Quero ser uma virgem prudente que anseia encontrar o amado da sua alma, Jesus.
Apenas Ele é capaz de me suprir. Ele me conhece como nenhum homem jamais vai conhecer. Ele ama como nenhum homem é capaz de amar. Em Jesus – e apenas nEle – temos tudo o que precisamos. Acreditar que com o casamento serei completa e feliz é um grande engano. Uma vez ouvi que um bom casamento é não formado por duas “metades da laranja”, mas sim por duas laranjas inteiras. Não inteiras em si mesmas, mas inteiras em Cristo. Que Ele nos complete e satisfaça.
O teu amor é melhor do que a vida! Por isso os meus lábios te exaltarão. Enquanto eu viver te bendirei, e em teu nome levantarei as minhas mãos. A minha alma ficará satisfeita como quando tem rico banquete; com lábios jubilosos a minha boca te louvará. 63:3-5 Salmos 63:3-5
Precisamos enxergar a vida de solteira de fato como algo bom, assim como Paulo indica. Tenho mais tempo e liberdade do que uma irmã casada. Posso me dedicar ao Reino com esmero. Gastar tempo com pessoas, oferecer conforto, cooperar com o serviço dos santos e anunciar libertação aos cativos. Tenho tempo para desenvolver relacionamentos em grupo, posso atender aos necessitados, viajar com as amigas, conhecer pessoas, passar tempo com a família…
“A vida de solteira pode ser apenas uma etapa da jornada da vida, mas toda etapa é um presente. Deus pode substituí-lo por outro presente, mas o receptor aceita Seus presentes com ações de graças. O presente para esse dia. A vida de fé é vivida apenas um dia de cada vez, e tem que ser vivida [realmente] – não olhando sempre para o futuro e pensando que a vida “real” está na próxima esquina. É apenas pelo hoje que somos responsáveis. Deus ainda é o dono do amanhã.” – Elisabeth Elliot
Já se tornou quase que clichê dizer que o futuro a Deus pertence, mas essa verdade permanece. E, mais do que isso, precisamos estar convictas de que o que vivo hoje é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para mim. Quero aproveitar o tempo que tenho hoje para cooperar com o Reino de Deus. Quero me preparar para o encontro com o meu noivo. Quero ser encontrada pura e sem mácula por meio da obra reconciliadora de Cristo. Quero ser “farta de dias” como Jó (Jó 42:17). Quero viver para a Causa de Cristo e descansar na certeza de que já tenho tudo que preciso. Que em meio a dúvidas e angústias nos lembremos que temos um noivo que nos amou de tal maneira que deu a própria vida por nós.
Com amor,
Júlia
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