Me chamo Gabriela, tenho 24 anos, sou casada, discípula de Jesus e moro em Brasília há quase 4 anos. Ao chegarmos em Brasília, eu e minhas irmãs, realizamos um sonho de infância, que era ter uma empresa de doce. Desde mais novas, vendíamos trufas, doces e artesanatos para ganharmos nosso dinheiro.

Da esquerda para direita: Eu, Paula e Amanda (minhas irmãs).
Hoje temos orgulho do que a Predileto (@prediletosdoces) já conquistou em Brasília e continuará, se assim Deus permitir.
Como parte desse sonho, hoje curso Gastronomia, uma paixão que descobri dentro de mim. Pensando nisso, escrevi algo que Deus tem me revelado nesse tempo:
Quando eu penso em cozinhar eu sempre me lembro de sensações prazerosas e marcantes na minha vida que aconteceram em volta de uma mesa.
Me lembro da minha avó Zélia, já velhinha, em pé na cozinha ensinando as minhas tias o que deveriam fazer. Os almoços no domingo na casa dela eram imperdíveis: frango assado recheado, tutu de feijão, farofinha, bem mineirinho. No rancho do meu avô tem uma mesa pra lá de 3m de comprimento, e ela SEMPRE foi rodeada de muita bagunça (10 netos não é brincadeira), alegria e boa comida, de roça, claro. Preciso confessar que a distância é cruel nesses momentos de lembranças, a saudade bate ainda mais forte.

que saudades…
Em casa, mamãe sempre cozinhou, “Vapt vupt”, como ela mesmo diz. Tem que ser rápido, com o que tem na geladeira. Quando você menos espera, temos preparos incríveis e cheios de sabor à mesa (mesmo ela sempre dizendo: “hoje foi só um ajeito gente”).
Minhas referências são muitas, mas provavelmente o que me faz amar cozinhar é o fato de que a refeição produz relacionamento. Seja no dia a dia com meu esposo, seja nos dias em que vamos almoçar com nossos pais ou no dia de receber amigos e irmãos especiais. Esse relacionamento produz intimidade.
Alimentar o outro é um ato de cuidado, é dizer: “eu me importo com você”. É suprir uma necessidade básica. Cozinhar é serviço. Preciso sempre pensar que nesse momento em que preparo uma comida para alguém, Jesus se agrada. Jesus se agrada de um coração pronto para servir. O momento da refeição é um tempo de lembrarmos do sacrifício de Jesus por nós, do cuidado e graça imerecida.
Gosto de me preocupar com o que o outro gosta de comer, mesmo no dia a dia com meu marido, gosto de fazer algo que além de saciá-lo, o fará comer com prazer. Ao receber alguém que temos menos intimidade, me preocupar com o que eles gostam, se tem alguma intolerância/alergia, ou mesmo algo que não gostem de comer.
Vejo o ato de cozinhar como uma arte, e assim como todas elas, é necessário prática. Claro que temos alguns com mais facilidade ou até mesmo mais talento que outros, mas qualquer um pode cozinhar. A cada repetição, melhor fica. As técnicas melhoram, o paladar e o olfato se apuram e o tempo para realizar preparos que antes pareciam muito complicados (muitas vezes) diminui.
A cozinha pode ser recheada de técnicas e processos complicados (o que é super interessante também), mas te digo: descomplique! Abra sua dispensa, sua geladeira, freezer e veja o que você tem à mão. Além de evitar desperdício, é uma super economia. Seja criativa! Brinque com os sabores, com as texturas e apresentação. Faça testes! Leia receitas, entenda as bases dos processos e seja livre! Invente!
Só não deixe a praticidade virar um inimigo, lembre-se que tudo fresquinho traz muito mais sabor e é sempre mais saudável (fujam do caldo kinnor!!!)
Elogios são verdadeiros incentivos na hora de cozinhar. Não tem nada melhor que gastar tempo e esforços em fazer um almoço/jantar e saber que estava uma delícia (ajuda até em ter forças para lavar a louça depois! Hehe). Criar o hábito de sempre elogiar ou reconhecer o carinho e disposição de alguém de fazer uma comida, incentiva e nos motiva a continuar.
Por fim, a mesa sempre deve ser um lugar de carinho e amor e deve estar propícia para isso. Ter sempre cuidado de colocar a mesa, mesmo na simplicidade. As refeições em família e com amigos criam marcas profundas. Que possamos lembrar sempre que o “maior entre vós é aquele que vos serve”. Um coração disposto e contente agrada ao Senhor.
Que sejamos mulheres de Deus, com cuidado com nossa casa e com o alimento que é servido à nossa família. Que nosso coração seja satisfeito com o que temos e que o Senhor nos encha de graça e criatividade na hora de cozinhar.
Que todos os nossos dons, habilidades e facilidades sejam recursos para honrarmos o nome do Senhor, e, quando a dificuldade sobrevir, que ela também seja um meio para que o Deus fale conosco e nos supra.
Com carinho, Gabriela Lorentz C. S. Vieira
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