Meu nome é Viviane e tenho 16 anos. Moro em Brasília com meus pais e meu irmão. Sou uma garota sonhadora e meu desejo é viver experimentando a bondade de Deus e servi-lo. Tenho lúpus, uma doença autoimune, e gostaria de compartilhar um pouco como tem sido essa jornada.
2019 foi um ano excepcionalmente difícil. Em fevereiro, fui diagnosticada com lúpus e, antes de esse diagnóstico ser feito, foram dois meses incertos indo de médico em médico. Desde então, tenho tido vários momentos ruins, com pioras e melhoras; mas, acima de tudo, tem sido visível todo o cuidado de Deus em cada momento.
Ele tem sido bondoso desde o início, dando-me todo o cuidado médico necessário, com exames e medicamentes, além de um excelente reumatologista. Sempre fico muito agradecida a Ele cada vez que percebo a assistência que me proporcionou.
O lúpus é uma doença muito abrangente, que pode afetar diversos órgãos. Outra manifestação evidente do cuidado de Deus por minha vida é que, apesar de ter a doença, em mim, ela não atingiu nenhum órgão vital. Sei, com toda a certeza, que foi Ele quem me livrou de toda possível complicação.
Minha mãe sempre me diz pra eu ser grata pelo fato de não ter sido privada de nenhuma atividade, principalmente dos estudos, que são muito importantes para mim.
Meus pais me falam que eu não devo perguntar a Deus “Por que eu? Por que isso?”, mas sim “Para quê?”, qual é o propósito dele nessa situação. E aos poucos, venho percebendo o que posso aprender com isso, no que posso ser mudada e transformada. E sei que, de alguma forma, tudo o que estou vivendo vai ajudar a formar a mulher que Deus quer que eu seja, a aumentar minha fé e confiança nEle e a me tornar perseverante.
Então sim, tem sido difícil e tem doído; porém, acima disso tudo, o amor de Deus por mim tem se manifestado.
Tiago 1
2.Meus irmãos, tendes por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,
3.sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.
4.Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.
Em muitos momentos, fiquei desanimada. Não tinha vontade de fazer as coisas, muito menos de buscar ao Senhor. Ficava dias sem ler a Bíblia, só queria ficar deitada e as risadas se tornaram raras.
Meus pais percebiam que estava mal por dentro. Sou muito grata a eles pois sempre procuraram me ajudar, me animando e orando comigo e por mim. Lembravam-me da importância da leitura da palavra. Eles são uma evidência física do amor de Deus por mim.
Uma das melhores coisas que Deus me deu foi minha mãe. É inacreditável todo o esforço e preocupação dela por mim. Passou noites em claro, madrugadas na emergência, chorou comigo e por mim, cuidou de mim com toda sua força. Ela clama e me anima a clamar por minha cura.
Meu pai, muito perceptivo, sempre pergunta como estou quando percebe que não estou bem. Ele me diz palavras sábias, que me ajudam muito. Me chama para sair, ir a um restaurante ou assistir a um filme no cinema, a fim de me distrair. Demonstra, assim, o carinho de Deus por mim.
Meu irmão, por quem orei por muito tempo para nascer, se preocupa de uma forma emocionante por mim. Até já chorou. É muito gratificante me sentir amada por ele. Espero que toda essa situação revele a ele quem Jesus é e o ajude na decisão de entregar a vida pra ele.
A Igreja também tem sido importante nessa minha caminhada. Diversas pessoas me falam que estão orando por mim, me dão palavras de conforto e ânimo. O amor de Jesus me cerca por todos os lados.
Uma questão difícil foi e tem sido a da aparência. Tinha manchas vermelhas por todo o corpo. Às vezes, ficava com vergonha delas, com medo do que as pessoas estavam pensando quando as viam. Tive de explicar várias vezes o que eram aquelas coisas vermelhas no meu braço.

antes

agora
Vez ou outra, o olho ou os lábios amanheciam inchados. Com o uso do corticoide, meu rosto inchou e eu ganhei muito peso. Ficava triste quando via fotos antigas. O uso prolongado do corticoide pode dar estrias e eu também me incomodo com elas. Tenho 6 cicatrizes de biópsias de pele que tive de fazer.
Mesmo assim, segui a minha vida. Ia à escola, vestia blusa de manga curta ou vestidos. Hoje posso perceber que a aparência é uma coisa que deve ter mínima importância para mim. Minha mãe me falava que o importante era eu estar bem, saudável. E isso é verdade. O amor de Deus por mim ou das pessoas que realmente me amam nunca estará baseado na minha fisionomia. O meu exterior não define o meu interior. O que Deus quer é que eu seja uma bela mulher por dentro, o que está de fora é apenas passageiro. Não devo ficar insegura ou envergonhada e muito menos deixar de me vestir de determinada forma ou de ir a lugares por causa da aparência.
Hoje, estou muito feliz pela redução do corticoide, porque meu rosto está desinchando. A quantidade de manchas está diminuindo. A expectativa e oração é que a nova medicação faça efeito e que a doença entre em remissão.
Gostaria de terminar esse texto com um trecho de uma música que vez ou outra me vem à mente:
“Se Deus fizer, Ele é Deus,
Se não fizer, Ele é Deus
Se a porta abrir, Ele é Deus
Mas se fechar, continua sendo Deus.
Se a doença vier, Ele é Deus
Se curado eu for, Ele é Deus
Se tudo der certo, Ele é Deus
Mas se não der, continua sendo Deus.”
por Viviane Dantas 💚🌿
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